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As pesquisas na internet estão a mudar rapidamente. Não é uma questão de se, mas de como se adaptar. Em 2023, 37% do tráfego online foi gerado por bots; em 2024, este número subiu para 44% e, até 2025, haverá provavelmente mais bots do que humanos a navegar.
06-06-2025 . Por TecnoHotelPortugal
Isto significa que cada vez mais serão feitas pesquisas por inteligência artificial em vez de utilizadores humanos.
Tal como viajar com mapas em papel parece impensável hoje em dia, as novas gerações verão como natural que um assistente de IA realize a pesquisa e devolva respostas personalizadas sem necessidade de exploração manual. Esta mudança implica uma nova forma de otimização da web, uma vez que agora precisamos de captar a atenção tanto dos humanos como da IA. Este novo cenário divide-se em duas abordagens:
• AIO (Artificial Intelligence Optimization): otimização para buscas humanas assistidas por IA. Trata-se da evolução do SEO, considerando que ferramentas como o AI Overview e o AI Mode da Google ganharão destaque, exibindo respostas diretas sem necessidade de cliques adicionais.
• GEO (Generative Engine Optimization): otimização para mecanismos generativos que criam respostas personalizadas a partir de múltiplas fontes, como Perplexity, ChatGPT Search ou Gemini.
A AIO não é totalmente nova. A tendência para as pesquisas em linguagem natural já tinha sido observada com as pesquisas por voz. As empresas que otimizaram o seu conteúdo para tal terão vantagem nesta transição. No caso do GEO, é fundamental compreender que estes mecanismos priorizam fontes fidedignas com dados estruturados. Para competir neste ambiente, os hotéis devem garantir que a sua informação está bem estruturada e é relevante para a IA, respondendo às necessidades e questões em linguagem natural. Os dados são o "combustível" da IA, e aqueles que os fornecem de forma clara, segura e organizada terão maior visibilidade.
Grandes plataformas, como as OTAs e o Tripadvisor, estão na frente, pois lidam com grandes volumes de dados e já assinaram acordos com motores de busca para ganhar visibilidade. O Tripadvisor, por exemplo, duplicou o seu tráfego orgânico após integrar IA generativa na sua plataforma.
No entanto, existem oportunidades para hotéis. Um dos aspetos-chave será a gestão da reputação online. Não se trata apenas de responder às avaliações, trata-se de o fazer estrategicamente, destacando conceitos-chave e segmentos específicos. Isto aumenta a probabilidade de a IA os recomendar nas suas respostas geradas.
Além disso, este cenário favorece as vendas diretas através de estratégias de nicho. Na pesquisa tradicional, um blog otimizado ajudava no ranking; na era da IA, o importante é que todo o site seja especializado num segmento específico. Por exemplo, um hotel que serve ciclistas, viajantes de negócios e passageiros de navios de cruzeiro pode beneficiar de ter sites diferenciados para cada público. Isto aumentará a relevância do conteúdo e fará com que os motores de busca generativos priorizem estas páginas nas suas recomendações personalizadas.
Neste novo modelo de pesquisa, os chatbots de IA já estão a enviar mais tráfego para as páginas iniciais do que o Google. Adaptar-se a esta transformação não é opcional: aqueles que dominam a otimização da IA garantirão a sua visibilidade no futuro da distribuição hoteleira.