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BTL: posicionar Portugal como país de referência

Brexit, novos programas governamentais de apoio ao sector, projectos de expansão e muita tecnologia. Estes foram os temas que dominaram a Bolsa de Turismo de Lisboa – BTL

20-03-2019

BTL: posicionar Portugal como país de referência

Brexit, novos programas governamentais de apoio ao sector, projectos de expansão e muita tecnologia. Estes foram os temas que dominaram a Bolsa de Turismo de Lisboa – BTL, que decorreu na semana passada em Lisboa.

Se os últimos três dias (sexta-feira, sábado e domingo) as vendas estiveram na ordem do dia, dado ser as alturas abertas ao público em geral, os dois primeiros foram férteis em novidades. O Governo anunciou o plano de promoção e desenvolvimento do enoturismo, assim como o plano de contingência para o Reino Unido que, no caso do turismo, assegura que o cidadão britânico mantém os direitos que têm atualmente e que é acompanhado por um programa de promoção, o Brelcome, no valor de 200 mil euros.  O programa Revive Internacional detetou que São Tomé e Príncipe tem oito roças com potencial turístico, o que levou o ministro adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, a desafiar os empresários portugueses a aproveitares o que o programa detetou como um potencial de negócio.

Ausência dos mercados “tradicionais”

Macau foi o destino internacional convidado e apresentou um programa de atividades à altura, culminado pelo vídeo mapping que decorreu, três vezes por noite, na Praça do Comércio e que mostrava a história desde o aparecimento dos portugueses até ao presente. Para fomentar (ainda mais) a relação entre os dois destinos Macau anunciou que vai convidar, este ano, operadores turísticos portugueses para estarem presentes na Feira Internacional da Indústria do Turismo de Macau (MITE). O objetivo é o de que os operadores nacionais passem a promover itinerários que incluam Macau e, nomeadamente os outros destinos da Grande Baia.

A presença de destinos internacionais foi, este ano, mais limitada. No entanto verificou-se que, por exemplo, houve um reinvestimento do Brasil, com mais espaço e mais destinos. Mas os principais mercados emissores, os chamados tradicionais, como Alemanha, Reino Unido, França, Itália... não estiveram presentes. Houve como que uma redistribuição do espaço, com a parte tecnológica a ganhar destaque, nomeadamente com a presença de várias start-ups, que aproveitaram para apresentar os seus produtos. Estes incidiam essencialmente em software de apoio à gestão e rentabilização dos hotéis, mas também estiveram presentes empresas com soluções de proteção (diga-se fechaduras), fardas e amenities.

Transportadoras anunciam expansão do negócio

No decorrer da BTL a TAP fez 74 anos de existência. E aproveitou esse dia para anunciar a assinatura de um memorando de entendimento entre a TAP e os Estados de Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro e o Distrito Federal de Brasília, que define o compromisso de um trabalho em conjunto no sentido de promover as relações entre os dois países. Foi igualmente apresentado o programa Brasil Stopover, que permite que, sem custos adicionais na tarifa, se pernoite entre uma a cinco noites, em Brasília, Recife, Rio de Janeiro, Fortaleza ou Salvador, antes de seguir para o destino final.

Já a Cabo Verde Airlines, mais conhecida por TACV, depois do anúncio da privatização, aproveitou a presença na BTL para anunciar a expansão do seu portfólio de destinos. A estratégia, assente no novo hub na ilha do Sal, implica a presença em 12 novos destinos com destaque para Luanda, Lagos e Washington, a par do aumento da frota – 6/7 até 2020 e um total de 12 até 2023 e do lançamento de um programa stopover, que permitirá aos clientes conhecer melhor o arquipélago.

Governo aposta no enoturismo e no turismo sustentável

Das várias intervenções do Governo no decorrer da BTL há duas que se destacam. É o caso do Programa de Ação para o Enoturismo, que pretende posicionar Portugal como uma referência mundial de enoturismo e define metas até 2021. Para tal estão previstos investimentos de 5 milhões de euros para, durante três anos, levar a cabo ações de promoção e formação, procurando “induzir boas práticas nos agentes do setor, contribuir para a estruturação e valorização de destinos e rotas de enoturismo e valorizar os territórios vinhateiros”.

A Região de Turismo do Algarve (RTA), por seu lado, anunciou o lançamento do Observatório para o Turismo Sustentável com o objetivo de estudar, analisar e monitorizar o desempenho turístico do destino nas áreas da sustentabilidade económica, social e ambiental. O projeto, que conta com o apoio do Turismo de Portugal e será desenvolvido em parceria com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve) e a Universidade do Algarve (UAlg), dotará a RTA da informação, sobre a região, necessária para definir uma estratégia de apoio e promoção da competitividade turística do Algarve. Um primeiro passo para tornar o setor mais sustentável.

Alexandra Costa

 

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