20 países cujo turismo depende da Rússia

O conflito na Ucrânia terá muitas consequências a nível internacional, para além das óbvias. A situação complicada ramifica-se e afeta vários sectores, num mundo tão globalizado como o nosso.

Entre eles está o turismo, uma vez que existem 20 países cujo fluxo de viajantes depende diretamente, em maior ou menor medida, da Rússia.

A Mabrian Technologies elaborou um gráfico interessante que são as nações que seriam mais afetadas em volume de visitas quando a situação da guerra continuar. Pelo menos, se o analisarmos do ponto de vista da conectividade aérea. Com isto, podemos tentar fazer uma previsão de como as viagens podem ser alteradas nos próximos meses.

A este respeito, temos de ter em conta as restrições que estão a ser impostas aos voos provenientes de várias zonas do continente, uma vez que, para já, a União Europeia fechou o seu espaço aéreo à Rússia. Além disso, que a situação é imprevisível e que a incerteza é a ordem do dia, especialmente com tantos fatores envolvidos.

A plataforma de inteligência turística desenvolveu um mapa que mostra os 20 países com maior dependência turística do mercado russo. Por conseguinte, observando-a, temos uma ideia das áreas mais afetadas por esta situação nos próximos meses.

Todos os dados necessários para a realização do gráfico foram extraídos da capacidade aérea e do número de lugares em voos regulares da Rússia para os próximos seis meses, datados de 24 de fevereiro. O resultado é o seguinte:

Como se pode ver na infografia, o país com mais voos e lugares programados da Rússia é a Turquia. É lógico, uma vez que tem cerca de 2 milhões de bilhetes agendados para os próximos seis meses. Além disso, é um país que sempre manteve uma relação estreita com as duas zonas afetadas, tentando até agora ser equidistante do conflito.

Depois deparamo-nos com a Ucrânia, o Uzbequistão, os Emirados Árabes Unidos e o Tajiquistão. Em seguida, fechando o top 10, alguns dos nossos vizinhos europeus aparecem. É o caso da Alemanha, grécia, Egito e Chipre.

Não há dúvida de que este cenário terá um efeito sobre o turismo em todo o mundo, especialmente devido à situação delicada que o sector estava a viver de antemão. "Uma nova instabilidade coloca em risco a recuperação turística da Europa quando parecia que estávamos a ultrapassar a crise causada pela Covid-19", diz Carlos Cendra, Diretor de Vendas & Marketing da Mabrian.

Para ele, "este é apenas mais um exemplo de que a única constante é a instabilidade e que os destinos e as empresas de turismo devem ter atualizado a informação para analisar e agir rapidamente perante ameaças e oportunidades". Relativamente aos mais afetados, explica que "a Turquia e a Grécia são dois importantes destinos turísticos no sul da Europa e, ao mesmo tempo, estão entre os mais dependentes do mercado russo".

"É possível que estas, nas próximas semanas, tenham de aumentar os seus esforços para atrair turistas de outros mercados, gerando maior concorrência e preços mais baixos para contrariar uma eventual diminuição do turismo da Rússia", concluiu. Assim, nos próximos meses, descobriremos as estratégias seguidas pelos 20 países cujo turismo depende mais diretamente da Rússia, a fim de não sofrer uma nova recaída.