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Quando a procura é zero, a solução é não baixar os preços

A conferência "Estratégias comerciais contra o Coronavírus", um debate organizado pela Associação Empresarial Hoteleira de Benidorm e Costa Blanca (HOSBEC) e a FORST School of Tourism Business, que reuniu vários especialistas em Invattur para discutir as consequências do COVID-19 no setor de turismo

16-03-2020

Quando a procura é zero, a solução é não baixar os preços

Mais de 250 profissionais do setor de turismo da província de Alicante acompanharam esta semana (pessoalmente e via streaming) a conferência "Estratégias comerciais contra o Coronavírus", um debate organizado pela Associação Empresarial Hoteleira de Benidorm e Costa Blanca (HOSBEC) e a FORST School of Tourism Business, que reuniu vários especialistas em Invattur para discutir as consequências do COVID-19 no setor de turismo.

Entre as recomendações oferecidas pelos especialistas, todos professores do Programa Superior de Revenue Management da FORST, destacaram a necessidade dos estabelecimentos oferecerem uma política de cancelamento flexível, além de evitar o recurso a estratégias de redução de preços como incentivo ao aumento de reservas, uma vez que o “medo de viajar não é combatido com ofertas, a redução de preços é pão para hoje e fome para amanhã", destacou o diretor corporativo de Revenue e Distribuição do Palladium Hotel Group, Diego Fernández.

Na mesma linha, Chema Herrero, CEO da Bedsrevenue, afirmou que "é hora de ter empatia, temos que tentar entender o cliente e, na medida do possível, precisamos pensar em taxas reembolsáveis e flexíveis". Herrero também se referiu à queda de preço como um erro que "não será uma solução para quem tem medo de viajar".

Por sua parte, o analista de hotéis e tendências de turismo, Fernando Gallardo, acrescentou que “a indústria do turismo não passou por uma situação semelhante em toda a sua história, as crises são grandes oportunidades para certos participantes do mercado para gerar novos negócios e, mesmo, pode servir para flexibilizar o setor, não apenas nas políticas de cancelamento, mas noutros aspetos dos hotéis”.

 

Não há varinha mágica 

As intervenções foram moderadas pelo diretor do FORST, Javier Jiménez, que apontou que "não temos uma varinha mágica para resolver esta crise, mas acreditamos que estes profissionais possam contribuir com ideias para os hoteleiros poderem enfrentar estes momento de incerteza".

Na mesma linha, a secretária geral do HOSBECNuria Montes, explicou que “a situação está a mudar semanalmente e temos que nos preparar para uma situação em que nunca estivemos; portanto, decidimos trabalhar a parte comercial com um painel de especialistas de primeira linha”.

Os três convidados concordaram que existem mercados de turismo mais afetados, como o setor de MICE (Meetings, Incentives, Conventions and Exhibitions)) ou turismo urbano. No entanto, mostraram-se mais otimistas quanto aos destinos  de sol e praia, pois, como explicaram, percebe-se  a existência de dois cenários, um até maio e outro a partir de maio, quando se considera que a situação se normalizará e no próximo verão os níveis de reservas vão estabilizar.

Queda na bolsa da Meliá

Como Fernando Gallardo explica no seu Linkedin, em 2 de março, a Meliá anunciou descontos de 45% para em todos os hotéis da sua cadeia, a fim de aliviar os efeitos do coronavírus.

Desde então, suas ações caíram 43,33%. Só no dia 12 de março caíram 14,66% e são esperadas semanas piores. Com isso, conclui, "a redução de preços não serve para nada quando a procura é zero".

TAGS Covid-19

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