Distribuição
Para terminar o dia, Carla Cesco, Diretora Mirai Go da Mirai, ofereceu fez uma apresentação focada no turismo preditivo e como a inteligência na inteligência artificial está a transformar o marketing hoteleiro.
25-04-2025 . Por TecnoHotelPortugal
Durante a sua apresentação, Carla Cesco destacou a capacidade da IA analisar grandes volumes de dados e antecipar as necessidades dos viajantes, gerando ofertas personalizadas. Como exemplo, apresentou um cenário em que os utilizadores recebem nos seus e-mails propostas de viagens altamente adaptadas aos seus interesses e comportamentos anteriores. “Imagine abrir o seu e-mail e encontrar uma viagem perfeitamente planeada para si, com todos os detalhes e o preço ideal.
Isto, que hoje parece ficção científica, está mais perto do que imaginamos", disse.
Um dos pontos principais da apresentação foi a análise dos dados de pesquisa do Google Travel, que revela como os fatores externos podem influenciar a intenção de viajar. O Cesco reportou uma queda nas buscas de alojamento em Cáceres no final de outubro e novembro de 2024, relacionadas com o trágico incêndio em Valência. "É um exemplo claro de como os eventos podem ter impacto na procura por destinos aparentemente não relacionados", explicou.
Além disso, foi abordada a evolução do interesse pelos diferentes tipos de alojamento.
Embora os hotéis continuem a dominar com 75% das pesquisas, os alugueres de férias e os parques de campismo estão a ganhar terreno, especialmente durante épocas específicas, como dezembro.
Chatbots, assistentes virtuais e hiperpersonalização
A Cesco também discutiu como as novas tecnologias estão a redefinir a experiência de reserva. Ferramentas como os chatbots deixaram de ser uma novidade e passaram a ser padrão nos hotéis, agências de viagens e plataformas de reservas.
Citou o exemplo da Destinia, que já integrou um assistente virtual conversacional que permite pesquisas e reservas interativas.
Destacou ainda o potencial da inteligência artificial em programas de fidelização para grandes plataformas como a Booking e a Expedia, que podem aproveitar o histórico do utilizador para oferecer recomendações ultrapersonalizadas.
“Imagine o que estas OTA podem fazer com a quantidade de dados que têm sobre nós: desde as nossas preferências de alojamento até à sensibilidade ao preço e à frequência com que viajamos”, observou. Cesco terminou o seu discurso com uma reflexão sobre os desafios colocados pela
inteligência artificial na distribuição hoteleira. Embora estas ferramentas possam facilitar a tomada de decisões por parte dos viajantes, também podem modificar os canais de reserva e a captura da procura. O desafio para os hotéis é claro: compreender que não geram procura, mas sim recolhem-na e canalizam-na. Por conseguinte, devem gerir estrategicamente os seus canais de distribuição para maximizar as vendas diretas.
Carla Cesco , Mirai Go diretora na Mirai