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Principais tendências hoteleiras para 2023

O aumento da digitalização, o regresso das viagens de negócios, a evolução imparável do bleisure e o crescimento significativo dos ADR são algumas das principais tendências que a hotelaria viveu em 2022.

11-03-2023 . Por TecnoHotel Portugal

Principais tendências hoteleiras para  2023

Ainda assim, e apesar de muitos mercados terem regressado a números semelhantes aos de 2019 em termos de preços e ocupação, a incerteza paira sobre este 2023.

Mas como encarar o ano que acaba de começar? Onde estão as oportunidades? E as ameaças? Vários hoteleiros europeus reuniram-se com a Phocuswire e apresentaram conclusões que foram, no mínimo, interessantes.
Empresas como a STR acreditam que a recuperação é lenta, mas constante, especialmente em termos de viagens corporativas, já que a demanda por viagens de lazer está muito mais estabilizada. Por isso, os hotéis têm de ter calma e esperar calmamente que os níveis de 2019 recuperem, mesmo assim, temos de aproveitar uma série de lições que a pandemia nos deu para 2023.

— 1. Incorpore dados preditivos em sua estratégia: os dados históricos não são mais suficientes para elaborar uma estratégia de receita do hotel.

— 2. A procura continuará a ser variável, especialmente porque o mundo continuará a viver repetidas crises. Por isso, os hotéis devem apostar em modelos de preços muito mais flexíveis, principalmente em destinos com grande volume de viajantes.

— 3. Os preços devem ser dinâmicos e flexíveis. Ou seja, os hotéis têm que se afastar das tarifas fixas, especialmente se quiserem atrair a nova geração de viajantes.
Com tudo isto, o que esperamos neste novo ano? A tecnologia continuará, sem dúvida, a ser adotada à medida que os hotéis continuarem a aprender a fazer mais por menos. Além disso, as viagens de negócios retornarão, mas com uma aparência diferente, já que são prefeitas.

 

A SAS está tomando medidas para reduzir os gastos com viagens agora que as soluções virtuais se consolidaram. E, evidentemente, temos de esquecer as reservas a longo prazo; A visão de curto prazo parece ter vindo para ficar.

— 1. Reservas de curta duração

O último Relatório Pulse da Duetto mostra que as reservas de curto prazo não vão desaparecer, então as equipes de Receita e Vendas precisarão se adaptar a elas. Na maioria dos mercados, as reservas são feitas com apenas três meses de antecedência, enquanto a reserva entre 8 e 12 semanas antes da viagem é a que se destaca. Ainda assim, como Chris Crowley, diretor de receita da Duetto, relata, isso não precisa ser uma coisa ruim. "As reservas de curto prazo dão aos hoteleiros a oportunidade de alcançar um viajante mais móvel e engajado, mudando perfeitamente do lazer para o negócio."
A boa notícia é que ainda há uma grande demanda reprimida por viagens, embora já esteja começando a diminuir drasticamente. Ainda assim, as margens estão a diminuir tanto para os operadores hoteleiros como para os viajantes. Portanto, a estratégia de Revenue nunca foi tão importante como agora, uma vez que o preço ainda é uma das alavancas mais importantes na decisão de compra do cliente.

 

— 2. Lazer e teletrabalho, muito atual
As três tendências de consumo que os hoteleiros devem estar atentos em 2023 são: bleisure, nômades digitais e staycation. À medida que as viagens se tornam mais caras, as pessoas que viajam a trabalho também pedem para integrar algum lazer nelas. Esta tendência manter-se-á muito ativa ao longo deste ano. Além disso, o teletrabalho continua na ordem do dia e a abrir novas oportunidades de negócio. As pessoas estão percebendo as vantagens de trabalhar de qualquer lugar, algo que lhes permite explorar novos destinos após seu dia de trabalho. E, finalmente, o staycation ganha popularidade. Com viagens cada vez mais caras, muitas pessoas decidem ficar em casa para aproveitar parte de suas férias e, assim, conhecer seu ambiente mais próximo sem ter que fazer longas escapadinhas. Muitos destes viajantes preferem mesmo ser "turistas" na sua própria cidade, descobrindo museus e experiências que, apesar de estarem ao lado de casa, não conseguem conhecer ou desfrutar no seu dia a dia.

 

3. As viagens de negócios estão de volta
Já parece não haver margem para dúvidas. Os Estados Unidos e a Europa estão ansiosos para o retorno das viagens de negócios em 2023. De facto, alguns hotéis focados neste segmento MICE já recuperaram os dados de ocupação que tinham em 2019, embora neste novo ano esperem mesmo ultrapassá-los.
Na verdade, a Expedia espera que 38% das viagens de negócios ocorram a cada dois ou três meses, 32% uma ou duas vezes por mês, 20% uma vez entre quatro e seis meses e apenas 10% dessas viagens ocorram uma vez por ano. Além disso, a Geração Z começará a viajar a negócios, embora, como dissemos acima, adote um perfil mais bleisure ou teletrabalho. Mas os hoteleiros devem estar atentos, pois assim como esses viajantes buscam misturar lazer com negócios, eles também apostam com mais frequência em outras acomodações que não hotéis, procurando encontrar uma casa em vez de um hotel.                                                                                               

— 4. Os grupos recuperam a sua essência

O crescimento do ADR devido ao aumento das reservas, especialmente no segmento de lazer, e também por causa da inflação que assola a Europa será uma tônica neste 2023. Mesmo assim, os grupos estão voltando e começam a reservar com mais força do que em 2022. Os departamentos de receita têm que ser inteligentes para enfrentar o Total Revenue Management de uma vez por todas e fazer com que esses grandes grupos deixem o máximo de renda possível no hotel. Por exemplo, podemos usar os menus de restaurantes digitais para fazer receita de preços de acordo com a demanda ou preço da matéria-prima. Isto é algo impossível de realizar com uma carta impressa, pelo que devemos apostar neste tipo de iniciativa.

 

5. Em Espanha, desporto e lazer
A Helios Hotels, proprietária de vários hotéis de férias no Mediterrâneo e nas Ilhas Baleares, participou neste relatório da Phocuswire afirmando que o segmento de lazer continuará a crescer no nosso país. "Nossos números preveem um início de ano melhor do que 2022. Se tivermos em conta que o ano passado fechou com números melhores do que os obtidos em 2019, só podemos regozijar-nos com isso", salientam.
Mas também é preciso notar como o segmento de lazer e esportes também estão muito unidos. Em destinos como Maiorca, os ciclistas reservam cada vez mais, diz Kris Vanaerschot, diretor comercial da empresa hoteleira.

 

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