Tecnologia

A revolução tecnológica no Turismo

Na segunda metade do século XX pouco se apresentava como estável devido às constantes modificações políticas, sociais e culturais no mundo.

09-10-2023 . Por TecnoHotelPortugal

A revolução tecnológica no Turismo

Com a passagem da Era Industrial à Era da Informação estas mutações tornaram-se ainda mais marcantes e o turismo foi um dos grandes beneficiários deste desenvolvimento, todavia, terá sido também vítima. Mas se pensaríamos que as grandes mudanças estariam reservadas para aquele período, desenganámo-nos rapidamente durante os primeiros 23 anos deste novo milénio.

A “revolução tecnológica” que vivemos atualmente revela-nos que não há certezas duradoras, tal é a transformação constante das sociedades e a consequente ebulição dos mercados. Esta ‘revolução tecnológica’ transformou o turismo significativamente, na maneira como as pessoas planeiam, reservam, experimentam e compartilham as suas viagens e as suas experiências. Foi neste contexto que lançámos este mês de setembro o livro “TURISMO E HOTELARIA FUTURELAND: Sustentabilidade e Tecnologias para o futuro”, uma investigação profunda sobre inovações tecnológicas mais transformativas no turismo. Retratamos aqui algumas: o crescimento das reservas online diretas e a reintermediação; aplicações de viagem eletrónicas que revolucionaram a forma de planear e estar no destino; transformação da tecnologia de pagamento digital, como carteiras eletrónicas e sistemas de pagamento por aproximação (NFC), que facilitou o pagamento de despesas de viagem; Inteligência Artificial para melhorar a experiência do cliente turístico, nomeadamente no atendimento (24h/dia, 365 dias/ano), em recomendações de viagens personalizadas através de chatbots, travelbots, e assistentes virtuais inteligentes, na prestação de serviços por robots ou tele-robots, bem como na otimização dos modelos de gestão das empresas turísticas, via machine learning, big e small data, deep learning, etc.; Realidade Virtual e Realidade Aumentada que têm proporcionado a visualização de destinos, produtos e atividades antes da viagem, além de enriquecer a experiência durante a mesma através de guias digitais, museus virtuais, espaços sensoriais, tradutores automáticos, reconhecimento facial e biometria, entre outros. Para além disso, esta tecnologia possibilita a pessoas com mobilidade reduzida ‘acederem’ a locais anteriormente inalcançáveis; análise de dados preditiva, que permite às DMO e empresas entender melhor o comportamento do turista e prever as expectativas de consumo para personalizar ofertas e otimizar procedimentos; tecnologia blockchain, relevante na segurança nas transações, simplificação de processos de reserva e redução de fraudes no turismo; transformação do Transporte Inteligente com o surgimento de aplicações eletrónicas que facilitam a mobilidade dentro do destino, o aparecimento de veículos autónomos, o incremento da partilha de carros, etc.

O avanço tecnológico tem sido igualmente determinante para o crescimento do Turismo Circular e da Sustentabilidade, com aplicações e plataformas digitais que conectam os viajantes a opções turísticas mais ecológicas. A integração do turismo na economia circular é crucial para reduzir os seus impactos ambientais negativos, tendo em conta que as pressões aumentam com a redução dos recursos naturais e al alterações climáticas.

Como percebemos, a ‘revolução tecnológica’ no turismo tem vindo a tornar as viagens mais acessíveis, personalizadas e convenientes, certos de que a evolução do setor estará incontornavelmente ligada ao avanço das tecnologias. No entanto, também apresenta desafios como a privacidade, a segurança e a necessidade de gerir a sustentabilidade, onde a intensificação de ameaças naturais e o descontrolo dos impactos sociais e culturais provocados pelo crescimento desmesurado da atividade têm incitado ao surgimento de movimentos de fobia turística e antiturismo. É tempo de encontrar equilíbrios que beneficie todos os players do turismo.

 

Autor: Nuno Abranja —  Diretor do Departamento de Turismo do ISCE – Instituto Superior de Lisboa e Vale do Tejo; Coautor do livro Turismo e Hotelaria Futureland - Sustentabilidade e Tecnologias para o Futuro (2023), da LIDEL

 

Autores do livro "Turismo e Hotelaria Futureland - Sustentabilidade e Tecnologias para o Futuro (2023)", da LIDEL:

Luiz Moutinho  — BA, MA, PhD, MAE, FCIM. Professor Convidado de Marketing na University of Suffolk (Reino Unido) e na The Marketing School (Portugal). Professor Adjunto de Marketing, GSB, FBE, na University of the South Pacific (Fiji). Membro da Academia Europaea.

Nuno Abranja —  Diretor do Departamento de Turismo do ISCE – Instituto Superior de Lisboa e Vale do Tejo

Tiago Rodrigues  —  Diretor do Departamento de Marketing e Comunicação do ISCE – Instituto Superior de Lisboa e Vale do Tejo. Autor da Lidel – Edições Técnicas

Alfonso Vargas-Sánchez  —  Professor Catedrático de Gestão na Universidade de Huelva (jubilado) e Académico Titular da Academia Andaluza de Ciência Regional (Espanha).

 


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