Tecnologia

As máquinas que nos ajudarão a ganhar dinheiro não serão as máquinas caça-níqueis

Vivemos rodeados de tecnologia, em nossas casas, no nosso trabalho, nas nossas viagens, então por que não utilizar essa tecnologia para melhorar a nossa qualidade de vida?

11-02-2019

As máquinas que nos ajudarão a ganhar dinheiro não serão as máquinas caça-níqueis

Vivemos rodeados de tecnologia, em nossas casas, no nosso trabalho, nas nossas viagens, então por que não utilizar essa tecnologia para melhorar a nossa qualidade de vida?

Poderia ser amigo de um robô? O receberia em sua casa? Permitiria que lhe ajudasse a preparar uma viagem?

Estas questões são, talvez, algo estranho colocadas assim sem qualquer contexto. Quando paramos para pensar em como os robôs podem mudar a nossa maneira de viajar, de trabalhar, de nos relacionar, podemos nos surpreender, até nos assustar um pouco, no entanto, é algo que já está a acontecer, hoje e agora.

Alguns meses atrás, organizámos um pequeno-almoço com vários hoteleiros de diferentes países do mundo. Durante a reunião, perguntámos-lhes simplesmente se consideravam que os robôs poderiam ajudar a melhorar e personalizar a experiência do utilizador.  95% deles responderam que, de fato, a inteligência artificial pode facilitar muito a reserva, a pesquisa, a organização e, claro, os processos de planificação num hotel e, portanto, enriquecer a experiência do hóspede em muitos aspetos durante a sua estadia.

Talvez para muitos hoteleiros essa nova tecnologia esteja a anos-luz de distância do que estão a fazer atualmente nas suas acomodações. No entanto, se falarmos em tecnologia, vemos que já faz parte do nosso dia-a-dia. Tomemos o exemplo de um smartphone, quando realizamos uma pesquisa no Google, já reconhece os nossos gostos, as nossas pesquisas anteriores e antecipa o que podemos precisar. Isso também é inteligência artificial. Vivemos rodeados de tecnologia, em nossas casas, no nosso trabalho, nas nossas viagens, então por que não utilizar essa tecnologia para melhorar a nossa qualidade de vida? Existem inúmeros fatores que um robô pode oferecer: um serviço de 24 horas, um sistema que não comete erros e uma poupança económica, já que o investimento só é feito uma vez. Algo tão simples como um "chatbot" pode ajudar os clientes a fazer as perguntas mais simples sem ter que recorrer a uma chamada ou a um correio electrónico. Desta forma, os recursos disponíveis para as pessoas podem ser dedicados a melhorar a experiência do viajante.

O NOVO TRABALHO DO ROBÔ

Lembro-me agora do "The Bicentennial Man", o filme protagonizado por Robin Williams, sobre como, num mundo onde os robôs fazem parte da nossa rotina, uma máquina podia ter sentimentos, aspecto e até pensamentos como os humanos. Embora não possamos falar sobre isso como se fosse apenas um fato fictício, porque no Japão já existe um robô que, embora não seja considerado como um ser humano, faz parte da comunidade e das decisões do povo. O robô é chamado Michihito Matsuda e agora alcançou o terceiro lugar, no segundo turno, para a prefeitura de um dos municípios de Tóquio, com o seu programa contra a corrupção. Sim, um robô que apresenta a sua candidatura para ser prefeito.

Claro, o mundo da tecnologia e da inovação está a evoluir a uma velocidade impressionante.

Todos ficaríamos surpresos se houvesse um prefeito em algum canto da terra que não tivesse sangue nas suas veias, no entanto, não deveria nos surpreender tanto que outros tipos de robôs estivessem nas áreas de trabalho da indústria hoteleira, ajudando a melhorar a organização do setor do alojamento.

Embora seja verdade que não possamos considerar a possibilidade de ter uma recepcionista que é um robô e que lida com toda a gestão de um hotel.

Os robôs nunca podem substituir a hospitalidade humana e o atendimento ao cliente, características dos hoteleiros e dos seus equipamentos. Não deveríamos

considerar essa opção de "mudar um para o outro"; nem adaptar-se às novas tecnologias esperando que substituam a gestão humana.

Devemos ver a IA mais como um complemento para facilitar as nossas vidas e os nossos trabalhos diários, de modo a tornar os processos mais eficientes.

O PODER DA MÁQUINA DE LAVAR

Muitas vezes quando tento explicar por que a tecnologia pode ajudar-nos no nosso dia-a-dia para melhor utilizar o nosso tempo, recursos, dinheiro e espaço, acho estranho ouvir-me a falar com tecnicismos e palavrório. Ontem, ao lavar a roupa em casa, encontrei o melhor exemplo em que pude pensar para explicar como a tecnologia pode ajudar um hotel a evoluir.

Falarei sobre a limpeza, a vassoura, a pá e a máquina de lavar. Todos esses instrumentos que utilizamos no nosso dia-a-dia têm um objetivo comum: limpar. No caso dos hotéis, qualquer método, recurso ou ferramenta que utilizamos, também o utilizamos com um único objetivo: conseguir hóspedes. No entanto, pode-se utilizar dois métodos tanto para limpar como para conseguir os hóspedes: manual: utilizar a vassoura e a pá ou a tecnologia: pegar num aspirador.

Paremos um momento para pensar e viajemos até o passado. Antiguamente, para lavar a roupa, as mulheres iam ao rio e ajoelhavam-se para lavar os lençóis, as toalhas, as roupas, etc. E pergunte-se agora se normalmente ao sábado vá a procura de um rio para lavar os cinquenta lençóis do hotel ou se tem uma máquina de lavar a roupa enorme ou mesmo uma empresa externa para realizar este importante trabalho. Com os hotéis, acontece exatamente a mesma coisa. Pode ter uma pessoa constantemente a atualizar as reservas e coordenar tudo:  os cancelamentos, as alterações, os comentários, os pedidos, as reservas duplas, etc. Ou, ter uma plataforma para fazer tudo isso para si em tempo real e de forma eficiente, enquanto essa pessoa dedica-se a personalizar a estadia do hóspede para que seja única e inesquecível. Trata-se simplesmente de otimizar os recursos. Investir numa máquina de lavar hoje é melhor do que procurar um rio próximo para ir esfregar os lençóis. A conclusão é que, graças à tecnologia, percebemos que os hoteleiros têm a capacidade de analisar e beneficiar dos seus dados com o objetivo de personalizar e melhorar a experiência do hóspede. Vivemos numa época em que os consumidores esperam que saibamos quem são e quais são as suas necessidades e as suas preferências antes mesmo de entrarem pela porta. E com a tecnologia que existe hoje, os hoteleiros têm a capacidade de satisfazer essas expectativas e de as superar.

 

Autor: “Mateus Coelho, diretor regional de SiteMinder. Depois de trabalhar durante muitos anos em vendas, desenvolvimento de negócios e gestão contabilística, o grande sucesso de Mateus é o de poder entender de maneira muito pessoal as necessidades em constante mudança dos seus clientes. www.siteminder.com"
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